quinta-feira

Protesto de policial durante manifestação no Rio




17/06/2013 - Policial atira arma em fogueira feita em frente à Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e se junta à imensa onda de protestos que abala o Brasil.
O gesto ganha um simbolismo arrasador, num momento em que o povo brasileiro vai às ruas clamar por uma nova polícia, entre outras várias e justas reivindicações.

sábado

Michael Jackson era humano


Somente a morte parece ter redimido Michael Jackson da pecha de ser algo inumano. A genialidade do artista, de voz perfeita e corpo maleável, cuja habilidade coreográfica ninguém jamais conseguiu imitar sem parecer ridículo, ajudaram bastante a criar e instigar o mito de que era feito de outra matéria. Sempre cercado por uma espessa e misteriosa neblina, de onde emergiam diversas faces curiosas sob os relâmpagos dos flashes fotográficos, a vida de Michael Jackson foi, paradoxalmente, um enigma devassado à exaustão. O mundo inteiro sabe quase tudo sobre Michael, desde o início de sua carreira precoce e retumbante, e, ao mesmo tempo, não sabe quase nada. E essa absurda aura provavelmente continuará brilhando e cegando também após sua morte.

A saga de Jackson é um excelente espelho da humanidade. Enquanto vivo, cada gesto seu provocou críticas viscerais, umas elogiosas e muitas destrutivas. A morte abrupta, no entanto, provocou uma unanimidade rodrigueana, que não cansa de atestar o caráter incomum de seu legado para a música e a dança. Enquanto em vida era coroado Rei do Pop, com um certo tom de menosprezo, de arte menor, desencarnado, passou a ser formidável, absoluto, monumental. Se cada elogio proferido durante vinte e quatro horas após seu falecimento lhe tivesse rendido um dólar enquanto vivo, Michael Jackson talvez tivesse quitado todas as suas dívidas, recuperado Neverland e acumulado uma razoável fortuna.

Estranha humanidade a nossa, que homenageia mais a morte do que a vida.

quarta-feira

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terça-feira

Igreja Anglicana decide pedir perdão a Darwin


Por falar em Darwin, José Saramago fez uma interessante reflexão sobre o pedido oficial de perdão que a Igreja Anglicana finalmente decidiu fazer ao grande naturalista britânico, autor da célebre Teoria da Evolução.

Em seu blog, recentemente inaugurado, Saramago questiona, com a especial inteligência e a finíssima ironia que lhe são características, qual seria o valor de um pedido de desculpas feito com tamanho atraso, uma vez que A Origem das Espécies está para completar 150 anos de publicada e o autor impedido, por força maior, de responder ao magnânimo gesto.

"Nada tenho contra os pedidos de perdão que ocorrem quase todos os dias por uma razão ou outra, a não ser pôr em dúvida a sua utilidade. Mesmo que Darwin estivesse vivo e disposto a mostrar-se benevolente, dizendo “Sim, perdoo”, a generosa palavra não poderia apagar um só insulto, uma só calúnia, um só desprezo dos muitos que lhe caíram em cima."

Saramago, no entanto, não deixa de reparar que a extemporânea decisão da Igreja Anglicana deverá desagradar os criacionistas norte-americanos, alvoroçados pela inesperada assunção de Sarah Palin ao mais alto púlpito do país. Duzentos anos após seu nascimento, Charles Robert Darwin continua sendo mal interpretado por boa parte da humanidade e até mesmo perseguido pelo obcecado fervor anti-evolucionista dos que acreditam que o mundo parou no sétimo dia de sua criação.


Acompanhe o imperdível blog de José Saramago >