
Na contundente Carta Testamento que deixou ao suicidar-se, Getúlio usa uma metáfora ornitológica para indicar o nome de seu carrasco: “Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.”
Conhecido como Corvo, graças ao retumbante sucesso de uma caricatura perpetrada pelo cartunista Lan, Lacerda não tem o nome citado em qualquer parágrafo da célebre carta. Nem precisava.
Depois de um curto exílio voluntário, o Corvo continuou a tramar e a derrubar presidentes, repetindo mil vezes o seu enxovalhado mar de lama.
Hoje também há moralistas demais e moral de menos. É preciso estar muito atento com o canto das aves de mau agouro.
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