segunda-feira

Cicarelli censura YouTube

Cicarelli e YouTube não são apenas duas palavras-chave comuns na Internet, são tags poderosas, capazes de atrair audiência e produzir grande efeito. Claro que depois da comoção causada pelo célebre vídeo protagonizado por Daniela Cicarelli e seu namorado, Tato Malzoni, quando muitos blogs e sites anônimos subiram feito foguete ao céu da fama e do sucesso, a fórmula ficou consagrada. Para espantar o fantasma da baixa visitação, bastava adicionar o vídeo e repetir as palavras mágicas, Cicarelli e YouTube, várias vezes no post.

Tudo ía muito bem até que uma terceira tag entrou na história. Aí ficou melhor ainda. Justo num momento em que a privacidade da Cicarelli já havia atingido o clímax, quando o pico (ops) da audiência já estava broxando, naquele ponto em que a onda começa a perder a potência e vazar, a Justiça decidiu bloquear o YouTube, provocando outra tsunami na Web. O YouTube censurado não era só um inconcebível ataque à liberdade de expressão, era a onda sucessiva, o duplo tubo perfeito que os surfistas vivem esperando aparecer na praia.

A liberdade de expressão é, sem dúvida, um dos maiores patrimônios de uma sociedade democrática. O artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos diz textualmente: “Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e idéias por qualquer meio de expressão.”

Liberdade de expressão, no entanto, não é um direito ilimitado. A Justiça geralmente tem salvaguardas para proteger o indivíduo contra a difamação, calúnia ou injúria, por exemplo. Cicarelli e Malzoni entraram com ações na Justiça pedindo indenização por danos morais e a proibição para exibir o vídeo.

Como a invasão da libido foi filmada em área pública, numa praia da Espanha, a ação acabou julgada improcedente, e o casal agora terá de pagar, além das custas, também os honorários dos advogados dos réus – YouTube, iG e Globo. Isso não significa que a exibição do vídeo já esteja juridicamente liberada, mas, na prática, o surgimento de uma terceira onda é inevitável, mesmo que seja uma pequena marola, suficiente para agitar um pouco a blogosfera, que anda muito flat.

Nenhum comentário: